Acupuntura Sistêmica
A acupuntura é um ramo da Medicina Tradicional Chinesa e, de acordo com a nova terminologia da OMS – Organização Mundial da Saúde, um método de tratamento complementar. Foi também declarado Patrimônio Cultural Intangível da Humanidade pela United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization (Unesco) em 19 de novembro de 2010.
A acupuntura sistêmica é uma técnica tradicional da medicina chinesa. É utilizada para estimular o equilíbrio do organismo atuando diretamente nos “canais de energia”, os meridianos que temos ao longo de todo o nosso corpo, que estão ligados diretamente aos nossos órgãos e vísceras.
O tratamento acupunterápico consiste no diagnóstico (igualmente baseado em ensinamentos clássicos da Medicina Tradicional Chinesa) e na aplicação de agulhas em pontos definidos do corpo, chamados de “Pontos de Acupuntura” ou “Acupontos”, os quais se distribuem principalmente sobre os meridianos para obter diferentes efeitos terapêuticos conforme o caso tratado.
Os acupontos, propriamente ditos, ficam sob a pele, não na superfície. E para que sejam estimulados devidamente e com segurança, as agulhas são introduzidas em diferentes graus de inclinação conforme o caso. O sentido das agulhas, o tempo e a forma de estimulação também podem variar conforme o tratamento específico.
É costume também utilizar um “mandril” para inserir as agulhas. Trata-se de um pequeno tubo plástico descartável dentro do qual corre a agulha. A leve pressão da ponta do mandril sobre a pele ajuda a reduzir a dor da entrada, mas acupunturistas muito experientes, muitas vezes, optam por inserir a agulha em um movimento rápido, à mão livre, até a profundidade indicada, o que não é possível com o mandril (a diferença entre o comprimento do mandril e da agulha é o quanto se conseguirá inserir da agulha no primeiro movimento).
Também são utilizadas outras técnicas alternativas ou complementares, sendo as mais conhecidas a moxabustão (aplicação de calor sobre os acupontos ou meridianos), a auriculoterapia e, mais recentemente, a eletroacupuntura.
Com as tecnologias modernas, a acupuntura vem agregando recursos como a eletricidade (eletroacupuntura, ryodoraku e moxa elétrica), agulhas mais seguras e práticas, cristais stiper (“Stimulation and Permanency” – Estimulação Permanente), esferas banhadas a ouro, prata, de quartzo e de vidro; ventosas de material plástico ou acrílico com válvulas de pressão, ventosas de borracha. Porém, sempre observando os mesmos princípios da Medicina Tradicional Chinesa.
É fundamental compreender que, apesar do uso de recursos tecnológicos atuais, a acupuntura que se realiza hoje é exatamente a mesma realizada nos primórdios da civilização chinesa, utilizando um raciocínio absolutamente estranho à medicina ocidental e sem qualquer preocupação ou influência relativa à existência ou não de explicação científica dos fenômenos verificados. Os mapas de meridianos ultrapassaram milênios, chegando quase intocados aos dias atuais; o raciocínio que se desenvolve na verificação e tratamento dos problemas práticos apresentados nos consultórios é baseado em conceitos que soam estranhos aos ocidentais, como os cinco elementos, o tao (equilíbrio entre yin e yang), o fluxo de chi (a grosso modo traduzido como energia vital) e xué (a grosso modo traduzido como sangue), zang (traduzido como órgão por inexistência de palavra adequada) e fu (literalmente oco, mas geralmente traduzido como víscera).