Dietoterapia na MTC
A dietética energética representa base fundamental de qualquer tratamento, já que o alimento vem da natureza, e é fonte de energia. A terapia dietética em MTC trata as propriedades dos alimentos, seus efeitos na saúde e o uso terapêutico dos alimentos na preservação da saúde, prevenção e tratamento de doenças. Para a MTC todos os alimentos são permitidos já que todos têm energia vital. A escolha deve levar em conta o clima e estação do ano, idade, sexo, o perfil energético e emocional de cada um.
A terapia dietética não somente preserva e melhora a saúde, previne e trata doenças, mas também é uma fonte de prazer sensível aos órgãos sensoriais e à mente.
A dietoterapia chinesa é um dos pilares da Medicina Tradicional Chinesa (MTC). Os alimentos são utilizados para nutrir, prevenir e reestabelecer a saúde, além de promover longevidade. A MTC descreve padrões ou síndromes bem definidas, onde se leva em consideração não só a doença, mas o estágio onde ela se encontra e as características de reação do indivíduo. Também da mesma forma que na Farmacologia Chinesa, cada alimento é classificado segundo suas propriedades, e será prescrito de acordo com elas. Cor, aroma e sabor não são os únicos princípios a serem seguidos na cozinha chinesa, os chineses têm uma crença tradicional no valor medicinal dos alimentos e que os alimentos e os remédios têm a mesma origem.
O intelectual Yi Yin da dinastia Shang (sec. XVI ao XI aC.) elaborou uma teoria a que chamou da “harmonia dos alimentos” em que ele relacionou os cinco sabores: doce, azedo, amargo, picante e salgado ás necessidades nutricionais dos cinco principais sistemas de órgãos do corpo (coração, fígado, Baço/Pâncreas, Pulmões e Rins) e enfatiza o seu papel na manutenção da boa saúde.
Adequar a alimentação e saber dos seus efeitos sobre o nosso corpo, é saber a maneira de se intervir nos casos do vazio ou plenitude dos órgãos e das vísceras, através desse conhecimento a MTC elaborou todo um procedimento para repor os gastos energéticos e da matéria, proporcionar a vitalidade e a longevidade celular, evitar os processos degenerativos, o envelhecimento precoce e principalmente o aparecimento de doenças graves.
Segundo a Medicina Tradicional Chinesa, os alimentos e as ervas são classificados por três diferentes princípios: o movimento de energia que promove dentro do corpo (para dentro, para fora, para cima ou para baixo), os diferentes sabores segundo os Cinco elementos (doce, salgado, picante, ácido e amargo) e a sua natureza térmica. A natureza dos alimentos é expressa como: quente, morna, neutra, fresca e fria. Os alimentos e as ervas frias e frescas diferem entre si apenas em grau e o seu efeito é o de dispersar o calor, eliminar o fogo interno, remover substâncias tóxicas, nutrir o yin. As ervas de natureza morna ou quente têm o efeito de dispersar o frio, aquecer, fortalecer o yang e tratar colapsos. Os alimentos de natureza neutra podem ser utilizados e são os mais indicados para doenças de natureza tanto yin quanto yang. Seriam basicamente os cereais.
Segundo a MTC alimentar-se bem não significa, necessariamente, comer do melhor, do mais caro, do importado, mas sim alimentar-se com os produtos que contenham a energia necessária para o corpo em determinado momento, energia essa que pode estar na vagem do feijão verde, no fígado da vaca, na casca de um fruto, etc.
A dietoterapia chinesa é indicada para pessoas de todas as idades, mas antes é preciso uma avaliação energética individual. Onde será feita uma avaliação na qual será avaliado a alimentação, a rotina e os problemas de saúde que a pessoa apresenta. A partir disso, será indicado quais alimentos devem ser consumidos e em quais momentos do dia, para que isso beneficie o corpo adequadamente.