Fitoterapia Brasileira
A medicina fitoterápica é tão antiga quanto a própria humanidade. Os primeiros seres humanos eram caçadores-coletores cuja sobrevivência dependia do conhecimento do seu ambiente. A experiência direta os ensinou quais plantas eram tóxicas, quais forneciam força e sustentavam a vida e quais possuíam qualidades especiais de cura. Essas primeiras descobertas foram repassadas até que milhares de anos de tentativas humanas levaram à evolução de um sistema incrivelmente sofisticado de diagnóstico e medicina fitoterápica.
A fitoterapia possui raízes profundas na consciência popular que reconhece, desde a Antiguidade, sua eficácia e legitimidade. As plantas terapêuticas, desde o início da história da humanidade e até o final do século passado, desempenharam um papel-chave na cura das doenças. O homem pré-histórico já utilizava e sabia distinguir as plantas comestíveis daquelas que podiam ajudar a curá-lo de alguma moléstia. A natureza foi, portanto, o primeiro remédio e a primeira farmácia a quem o homem recorreu. Imagina-se que foi por meio da observação dos animais que o homem iniciou a utilização das plantas terapêuticas.
Dentro da fitoterapia pode-se utilizar as plantas de vários modos diferentes, levando-se em consideração a maneira mais prática para um determinado tratamento. A mesma planta medicinal pode ser utilizada de várias maneiras diferentes tais como: cataplasma, decocção, infusão, maceração, tintura, garrafada, vinho medicinal, saladas, suco, pó, ungüentos.
Essa prática apresenta, portanto, grande potencial de desenvolvimento, considerando-se não somente a diversidade vegetal que o Brasil possui, mas também o fato de o uso das plantas medicinais estar intimamente ligado à cultura popular. O interesse a respeito do conhecimento que as populações detêm sobre plantas e seus usos têm crescido, após a constatação de que a base empírica desenvolvida por elas ao longo de séculos pode, em muitos casos, ter uma comprovação científica, que habilitaria a extensão destes usos à sociedade industrializada. São estudadas também as técnicas de cultivo das plantas terapêuticas brasileiras, cujos princípios ativos ainda não foram isolados, mas que possuem atividades farmacológicas comprovadas.
O Brasil com sua fantástica biodiversidade, o seu conhecimento popular do uso das plantas medicinais, sua ciência e tecnologia que é a melhor das Américas, excluindo os EUA, e suas empresas competentes, tem praticamente tudo para desenvolver seus próprios Fitoterápicos. Falta, certamente, uma política voltada a esse interesse nacional.